Ria debochada de suas bobagens. Lembrou das vezes em que disse que a noite tinha cheiro, a água tinha gosto e as estações do ano cores. Sorriu de novo, voltou a música... tornou a fechar os olhos e dançar. Na ponta dos pés, girando sem vertigem, erguendo os braços, respirou profundo aquele momento gostoso.
Caiu no chão, a poeira do carpete pouco importava, por ali permaneceu deitada por uma quantidade de tempo inestimável, quando estava em seu mundo as horas eram outras, perdia-se acelerando ou retardando o relógio. Abriu os olhos, colocou as mãos na cabeça e se levantou. Deu o primeiro suspiro realista do dia, e voltou a rir ao lembrar de sua patética figura deitada no chão sujo.
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