segunda-feira, 23 de abril de 2012

Sonho brasileiro




Há tempos tento escrever um post sobre consumismo. Só de ter lido esta palavra você já deve ter pensado 'nossa, mais um?'. É, eu sei... não gostaria mesmo de falar mais do mesmo. Por isso, começo o post com esse vídeo (desculpem, não consegui anexar, tive de colar a url). O vídeo é longo, mas a essência é a seguinte: um menino decidiu montar seu próprio parque de diversões apenas com caixas de papelão, fita adesiva e brinquedos antigos.

Parece que ele já juntou algo como 200 mil dólares com sua invenção e pretende investir o dinheiro na faculdade. Deixando minhas considerações sobre a delícia que é poder sair da caixa e encontrar um lugar no mundo, vou partir a outro ponto. Pra mim, as atitudes dessa criança e desse pai são admiráveis! 

E chama ainda mais a atenção a disponibilidade do pai por incentivar a criatividade do filho e não somente dar um ingressos para o parque, brinquedos, jogos ou televisão.

Isso me lembrou do novo ‘sonho brasileiro’. Viajar para um polo comercial – de preferência Estados Unidos – e investir todo o salário do ano em roupas e assessórios de marca. Deixo claro que não condeno, sequer julgo, a necessidade ou vontade de se gastar qualquer quantia em objetos ou propriedades, sejam elas essenciais ou supérfluas, pois isso é algo extremamente subjetivo, passivo de diversas interpretações.

O que incomoda é a forma como esses paraísos das compras passaram a ser valorizados. Com o desenvolvimento do país, a valorização da nossa moeda e a consequente melhora na situação financeira de muitos brasileiros, virou obrigatório ir à Miami consumir o estilo de vida americano. Comprar calças que quase sempre terão as barras feitas, casacos para neve, blusas com mangas mais longas que nossos braços.

O preço é mesmo tentador, não há dúvidas. Só fica a desconfiança se não estamos abrindo mão do sonho do ‘parque de diversões caseiro’ e dando espaço a um sonho que sequer é de nossa autoria.

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