Ao ver seu marido, companheiro de décadas partir, ela não só
sentiu a solidão de dormir novamente em uma cama vazia. Sentiu também o peso da
vida. Ela, que desde moça só enxergava o mundo sob os olhos de outras pessoas,
agora teria de ter seus próprios olhos.
Filhos e netos criados, a casa já fora vendida, o cão que
viveu por quase 20 anos também partiu. E o que ficou pra mim? – pensa em meio à
saudade de um marido que há tempos já se perdia em sua própria personalidade.
Ficam os fios platinados no cabelo, as rugas que rasgam o
rosto, as mãos ásperas de dona de casa. Fica a saudade, Else. Sentimento
estranho que nos faz fraquejar em momentos como este, mas que nos move quando
sabe que pode ser sanada.
As coisas boas também ficam. Você acorda e lá estão as
lembranças, vai dormir e elas aparecem novamente. As danadas surgem em meio ao
choro e, estranhamente, nos fazem rir. Porque nos faz lembrar dos dias, lá no
sítio... Dele em sua melhor forma sendo turrão e indo dormir quando todos
tomavam a saideira.
Esse é o olhar que terá: da saudade embrulhada em fotos
antigas e memórias de uma vida juntos.
Harmonização do post fica com a música Bandolins:
Tô adorando!!
ResponderExcluirValeu, Carol!!! =))
ExcluirVc nasceu para escrever. ;)
ResponderExcluirhahahah espero que sim, Carol!! Valeu =))
ExcluirGostei da iniciativa, meu bem.
ResponderExcluir